terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"Produção intensiva de leite a pasto aumenta produtividade"

"Já começou o período de chuvas, quando o produtor de leite encontra as condições mais favoráveis para viabilizar sua produção. Uma das possibilidades é adotar a produção intensiva de leite a pasto, sistema estudado e praticado na Embrapa Pecuária Sudeste e que inclui uma série de tecnologias, processos e manejos, com adoção de alta tecnologia em todas as etapas.
O pasto pode produzir até 40 vezes mais matéria seca do que uma pastagem extensiva tradicional, graças à adoção de adubação, de manejo geral correto, de animais de bom padrão genético e com ótimas condições de sanidade e bem-estar, de alimentação suplementar para seca, eliminando – ou reduzindo significativamente - a queda de produção e a entressafra.
De acordo com o médico veterinário Marco Aurélio Bergamaschi, da Embrapa Pecuárua Sudeste, o sistema intensivo reduz os custos com alimentação, porque se baseia em pastagens de alta qualidade, aproveitando ao máximo as condições tropicais para o cultivo. Assim, o produtor tem à disposição alimentos com maior qualidade e quantidade.
Tudo isso leva a altos índices de produtividade, com produção de até 30 mil litros de leite por hectare ao ano, comparados com cerca de mil litros por hectare no manejo extensivo tradicional. Outro benefício dos sistemas intensivos é a abordagem ambiental, pois a produção intensiva a pasto permite o aumento de produção sem necessidade de mais terra e de derrubada de vegetação nativa. Isso também viabiliza economicamente a produção de leite em pequenas propriedades.
O primeiro passo é fazer a recomposição do solo, por meio de correção e fertilização, com correção do calcário e suplementação de nutrientes. O produtor deve dividir a área para fazer o pastejo rotacionado, permitindo que a planta se desenvolva livremente, sem pisoteio dos animais.
O manejo intensivo inclui ainda a adoção de boas práticas agropecuárias e do bem-estar animal. Este último, além da questão ética, é também fator de aumento da produção e da produtividade. É preciso fornecer corredores de qualidade, sem a presença de lama ou buracos, e área de descanso com sombra e água.
A adoção de tecnologias, processos e manejos que levam a altíssimas produtividades não significa que o produtor tenha de investir altos valores. O pequeno produtor familiar de leite pode ter acesso a todo esse pacote tecnológico, com orientação técnica e de maneira gradual, conforme comprova a experiência bem sucedida, em vários Estados do Brasil, do projeto 'Balde Cheio', que utiliza, entre outros, os sistemas de produção intensiva de leite a pasto."
 
 
(Larissa Morais – jornalista – MTb/SP 48218
Embrapa Pecuária Sudeste)

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